Sete de Abril, um lugar. As crianças brincavam à volta da casa, suas mães conversavam. Havia um coqueiro e o chão batido, sem grama nem piso calçado. Uma casa, um coqueiro, uma terra: era assim o lugar.
As crianças brincavam de coisas imaginárias, diziam um texto inventado na hora, tudo à volta da casa. Era uma tarde em Sete de Abril, um lugar.
As crianças tinham cada uma sua cadeira, que fazia parte da brincadeira. As crianças brincavam com suas cadeiras e diziam coisas inventadas na hora, à volta da casa. A brincadeira é uma ideia.
As crianças brincavam à volta da casa, cujos fundos eram mais frescos por causa da sombra. Era uma tarde quente em Sete de Abril e a ideia era brincar na sombra, sempre fresco e longe da vista. Ser longe da vista passa ao largo da fresca na sombra numa tarde quente de Sete de Abril, um lugar.
As crianças brincavam e a ideia era ir para o fundo da casa. Mais o texto inventado na hora, quiseram também se abraçar. Inventaram um ordem, das mãos ao abraço, e tocaram suas testas. Sorriram. Nessa hora, só importava sorrir e abraçar.
Com as testas tocadas e oblíquas, sorriam as duas crianças. O tempo passava, mas nem parecia que Sete de Abril, um lugar, existia naquela e em todas as horas.
As crianças findaram o abraço e o tempo tornou a passar. E de tanto passar, aquelas crianças, há muito, nem mais se lembravam que um dia viveram essa hora, que o tempo passava que nem parecia, naquele lugar. Eram Frederico e Vanessa. Frederico está aqui. Por onde anda Vanessa?
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