Eles cresceram em meio à pobreza e rapidamente adentraram a criminalidade. Matar era banal, fazia parte do negócio. Mataram muitas pessoas, entre outros crimes.
Um dia, cansado daquilo tudo, Lázaro Ramos decide e brada aos comparsas:
- Chega desse negócio de preto matando gente! A gente agora é cidadão, rebãe!
Nem todos se sensibilizaram, vindo a morrer também em pouco tempo, todos. Os que o seguiram, entraram no supletivo para completarem ou mesmo começarem os estudos. Ele consegui um emprego e seguiu estudando até passar num vestibular. Trabalhava na Di Santini de dia estudava Ciências Contábeis à noite, numa faculdade particular.
No dia da sua festa de formatura na Blue House, porém, ele foi atropelado por um filhinho-de-papai e morreu no local enquanto todo mundo o esperava. O motorista fugiu sem prestar socorro, mas populares que testemunharam o ocorrido informaram a placa do carro à polícia, que saiu em diligência até encontrar e dar voz de prisão a Wagner Moura, que conversava com amigos e tomava cerveja num posto de gasolina no Itaigara.
No enterro, era grande a tristeza. As palavras se repetiam.
-Valeu, véi. Você foi uma grande perca pra gente - dizia um.
- Essa perca é demais. Quem vai lhe substituir no baba? - perguntava outro.
- Você não merecia essa perca - lamentava a tia de Feira de Santana.
- Essa perca foi demais!
- É uma perca inestimave...
- Esse cara é uma perca que aborrota o coração do peão...
- É a perca maior que o cara tem é a perca de camarado...
Sua mãe era quem mais sofria. No sepultamento, chorando muito, disse:
- Você é tudo que representa pra mim. Eu não vou agüentar essa perca.
Depois do funeral, todos desceram para a Baixa de Quintas e seguiram para o mesmo ponto-de-ônibus. Todos pegaram "Lapa", lotando quatro ônibus seguidos.
Esta é só mais uma história de "uma grande perca".
2 comentários:
A pessoa escreve sua opinião porque eu permito e ainda me esculaxa?
Agirei com mais rigor na moderação. :b
Fred,
Bom pra porra. Continue a escrever, continue a escrever....
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