Eu estava deitado num canto da sala quando vi uma granada entrar pela janela. Numa sala em forma de "L", eu estava justamente na porção horizontal, e a janela, no vértice. Via-me correndo para a sala-de-jantar e passando por sobre a granada; jogava-me atrás do sofá e ela explodia ao meu salto, lançando-me longe. Imaginei somente a explosão, sem pensar nos estilhaços que decerto muito me feririam. Pensei no barulho, na destruição à edificação, na grande possibilidade de não sair ileso, da queda no chão, da onda de choque.
Pensei em ficar imóvel e desejar que a granada não explodisse; a julgar o que faz a fé com a montanha, pareceu-me uma saída possível. A granada é um artefato poderoso contra um homem desprevenido, deitado num canto da sala.
Olhei mais uma vez na direção da janela, e antes que acontecesse, levantei-me e fechei-a.
Um comentário:
É isso que a cidade grande faz com as pessoas ...
Por isso vim morar na ROÇA !!
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