segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Eu Degelarei o Congelador com o Secador de Cabelos

Eu pedi um secador de cabelos emprestado e me esqueci de trazê-lo. O congelador está cheio de gelo, depois de tanto tempo sem degelá-lo.

A geladeira é fuleira e fica congelando o tempo inteiro. Eu não quero passar a noite no degelo para secar o congelador molhado pela manhã, mas aplicar um jato de ar quente na base do gelo para soltá-lo em placas e secar com um pano a água excedente.

Eu fui embora e me esqueci do secador de cabelos...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Lula: O Filho do Brasil


"Lula é um trabalhador-operário-metalúrgico-torneiro-mecânico do ABC Paulista. Em mais um dia de trabalho, Lula se distrai e perde a cabeça do dedo no torno. Confuso e atordoado, procura a cabeça do dedo no chão-de-fábrica e a enrola num pedaço de estopa. Seus companheiros de trabalho olham o sangue esguichando e se divertem com a tragédia do companheiro (ô raça é peão!). Aturdido, choroso e decepcionado, Lula pega a cabeça do dedo enrolada na estopa, olha para os companheiros e promete:
- Vofês vão ver, eu vou cofturar a cabefa do dedo e vou fer previdente do Bravil."


Da platéia, ouve-se o brado indignado:

- É assim que você me paga!!!

É mais um espectador insatisfeito com o governo fazendo sua catarse.

domingo, 15 de novembro de 2009

Discurso de Formatura

Menos que um discurso, esta é uma carta aberta de cujos cinco remetentes eu sou o porta-voz. De antemão é imperativo registrar-se neste momento que não há outro motivo para trazer-vos estas palavras senão o júbilo e o regozijo que compartilhamos convosco, de sermos nós cinco dignos de protagonizarmos esta cerimônia.

A despeito de nossas idades, é visível em nossas faces que o prolongado repouso no berço das Academias consome significativamente a juventude, com o quê pagamos pelo universo de conhecimento que se nos disponibiliza e pelas possibilidades que se nos revelam. Mas, se disso não tivermos tirado o devido proveito, corremos o risco de descobrirmos futuramente não ter valido a pena qualquer abstinência em favor do cumprimento de nossas atribuições enquanto estudantes universitários.

É desejável também que saibamos ser nosso dever sermos mais aptos a resolvermos os problemas com que deparar-nos-emos do que os nossos concidadãos que não estiveram na universidade; e isso implica maior responsabilidade para com a sociedade e para com o Estado Brasileiro. Não que o diploma confira-nos o título de "donos-do-saber'', de maneira alguma, mas que a formação universitária, distintamente, nos tenha permitido conhecer a metodologia científica. Sim, pois ao contrário do que se possa pensar, os laboratórios de pesquisa não são a única morada da metodologia científica, que admite sua aplicação em tarefas comuns a qualquer pessoa, como arrumar uma casa ou cozer um alimento.

É fato que a posse do diploma causa certo temor pelo devir. Mas ante à impossibilidade de retroceder, prossigamos. Ao sairmos por aquela porta, provavelmente o mundo parecerá exatamente o mesmo aos nossos olhos, exceto pelos novos lugares que ocuparemos a partir de então, inexoravelmente.

Sem mais delongas, depedimo-nos.

Salvador, 28 de abril de 2001.