sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Sobre "Quem num tem emelho ximba"

Quem num tem emelho ximba!

É um texto meu, com a colaboração do meu amigo Fábio Bastos. Fora, de fato, escrito aos 03 de Novembro de 2000 na então "Sala de Iniciação Científica" dos estudantes de graduação em Geofísica, no Instituto de Geociências da UFBA, cidade do São Salvador da Bahia.

O que publiquei aqui é uma cópia da mensagem recebida pelo Professor Nelson Pretto (http://www2.ufba.br/~pretto/emelho.htm), da Faculdade de Educação da UFBA, encaminhada por algum dos meus amigos que eram alunos seus ou desenvolviam algum trabalho consigo naquele período.

A estória é uma paródia sobre um texto que circulava na época que tratava duma entrevista a um homem que se tornara empresário de sucesso no comércio de frutas, sem qualquer uso de das facilidades providas pela rede. Ao final da entrevista ele deixa claro que aquilo tudo aconteceu devido à perda duma oportunidade de emprego na Microsoft justamente por não dispor dum endereço eletrônico (e-mail) para receber o contato da empresa. Até aqui, os fatos. Vamos à historia.

Penso que no início da década de 80 o rótulo de "brown" servia para estigmatizar o comportamento social dos pobres em Salvador, em sua maioria negros e pardos. O termo em inglês rapidamente fora aportuguesado para "bráu" - que eu acho muito mais legal - e essas ditas "coisas de bráu" tornaram-se mais comuns e aceitas, mas ainda admitindo alguma caricatura. Desde a infância que tenho contato com esse universo e sempre me diverti no exagero dos gestos e da fala desse grupo, por assim dizer, muito mais numeroso e representativo da sociedade soteropolitana do que qualquer outro. Enfim, resolvi grafar o divetimento no texto "Quem num tem emelho ximba" que não só emprega aquele linguajar com alguma propriedade, com também explora outros aspectos da realidade socioeconômica dessa parcela da sociedade.

Tudo se deu muito despretensiosamente e o texto, para minha surpresa, vem se transmitindo até hoje e repercutindo de maneiras muito inusitadas. É, por exemplo, referência em cursos de extensão universitária (http://www.faced.ufba.br/~bonilla/conectunemat.htm), fonte de discussão sobre exclusão digital, texto teatral, de estudo sobre uso da língua, além de estar publicado em blogs dos mais diversos.

Há muito que meus amigos me pedem para publicá-lo eu mesmo, o que faço aqui, revelando, enfim, as verdadeiras identidades de Jonilson (que erra o próprio nome) e Claudinei.

Um comentário:

Acosta disse...

muito legal! li esse texto quando era estagiário no Senac! sou baiano mas moro em Alagoas! Quando o leio "vejo" o próprio jonilson contando a história!