quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

A Granada

Eu estava deitado num canto da sala quando vi uma granada entrar pela janela. Numa sala em forma de "L", eu estava justamente na porção horizontal, e a janela, no vértice. Via-me correndo para a sala-de-jantar e passando por sobre a granada; jogava-me atrás do sofá e ela explodia ao meu salto, lançando-me longe. Imaginei somente a explosão, sem pensar nos estilhaços que decerto muito me feririam. Pensei no barulho, na destruição à edificação, na grande possibilidade de não sair ileso, da queda no chão, da onda de choque.


Pensei em ficar imóvel e desejar que a granada não explodisse; a julgar o que faz a fé com a montanha, pareceu-me uma saída possível. A granada é um artefato poderoso contra um homem desprevenido, deitado num canto da sala.


Olhei mais uma vez na direção da janela, e antes que acontecesse, levantei-me e fechei-a.

Um comentário:

Unknown disse...

É isso que a cidade grande faz com as pessoas ...
Por isso vim morar na ROÇA !!